Kobe Bryant homenageado em empena de prédio em Lisboa
Fotografia: Mariana Valle Lima
Fotografia: Mariana Valle Lima

Lisboa eterniza Kobe Bryant em campo de basket e prédio de 12 andares

O projecto, que conta com intervenção artística de Hélio Bray, presta tributo à lenda dos Lakers e ao espírito de equipa.

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A Calçada de Carriche tem agora um novo campo de basquetebol de rua totalmente requalificado e a maior empena da cidade com uma obra de arte urbana. O projecto, que se revela em plena vigência de Lisboa enquanto Capital Europeia do Desporto, é promovido pela startup Hoopers, que se juntou à Galeria de Arte Urbana da Câmara Municipal de Lisboa e à Junta de Freguesia do Lumiar, para homenagear Kobe Bryant, o mítico jogador do Los Angeles Lakers, que faleceu num acidente de helicóptero em Janeiro de 2020.

Autor de uma tela de homenagem encomendada pela própria família de Kobe Bryant, o writer Hélio Bray é quem assina a intervenção artística, que “dividiu” em três partes: o campo de basquetebol, a lateral das escadas de acesso a um prédio e a empena do mesmo edifício. “Tenho um agente na parte oeste dos Estados Unidos, que conhece meio mundo. Foi através dele que um familiar me pediu um trabalho com a minha linguagem. Mal sabia eu que, meio ano depois, estaria a pintar um campo de basquetebol e uma empena com 52 metros de altura, na minha cidade”, conta Hélio.

No centro do campo, Hélio pintou dois círculos, figura utilizada frequentemente nos seus trabalhos, para representar um oito, número usado durante os primeiros dez anos de Kobe Bryant nos Lakers. No “primeiro balcão”, a tal lateral, escreveu ‘No excuses’ (sem desculpas, no português), numa linguagem mais de rua. Já na empena de 52 metros de altura, decidiu homenagear o jogador e o seu espírito de equipa, com um retrato seu e de outros “quatro magníficos dos Los Angeles Lakers”: Shaquille O’Neal, Derek Fisher, Robert Horry e Pau Gasol. “Não o queria deixar sozinho, porque a carreira dela foi repleta de companheiros e a ‘Mamba mentality’ é mesmo isso, é superação, companheirismo e desporto em conjunto. Por isso, escolhi as pessoas que mais títulos ganharam ao lado dele”, esclarece.

“Isto é muito especial, para nós e para a comunidade. Desde o trágico desaparecimento de Kobe que ficámos com vontade de homenagear um dos nossos heróis, mas também de celebrar a “Mamba Mentality” e os valores positivos do desporto, como o espírito de equipa”, afirma André Costa, co-fundador da Hoopers, dedicada a jogadores e fãs de basquetebol e responsável pela promoção de intervenções semelhantes, no campo Chicago, em Chelas, e no maior campo de basquetebol de rua da Europa, em Braga.

“Este lugar sempre teve a magia de juntar pessoas, de vários concelhos, estratos sociais e etnias”, acrescenta André, sobre este novo campo na Rua André Gouveia, no limiar dos concelhos de Lisboa, Loures e Lisboa. E onde o rapper português Lancelot, que também esteve presente na inauguração, se lembra de crescer a jogar, como afirma no seu novo single, “O campo”, que deverá lançar em breve.

Já para a Galeria de Arte Urbana, da Câmara Municipal de Lisboa, esta iniciativa enquadra-se na estratégia de intervenção artística para a cidade, que inclui a requalificação de espaços públicos e desportivos e se iniciou em 2019, com uma intervenção de AkaCorleone, no Campo dos Mártires de Pátria, hoje referência de arte urbana e desporto.

Kobe Bryant, que morreu aos 41 anos, era considerado um dos melhores jogadores de sempre da Liga Norte-Americana de Basquetebol. Conhecido como o “Black Mamba”, chegou à NBA com 17 anos e vestiu a camisola dos Los Angeles Lakers durante 20. Quarto melhor marcador da história da NBA, não só deixa como legado cinco títulos da NBA e 18 presenças All-Star, como está prestes a entrar no Hall of Fame – a cerimónia está prevista para Maio.

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